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“Dislexia” motora. Autor: Luís Marques

“Dislexia” motora. Autor: Luís Marques

O exercício físico ganha cada vez mais uma maior preponderância na rotina da atual sociedade. Se em tempos era tido como uma atividade para “maluquinhos”, hoje fazer exercício físico é uma conduta normal. Ruas cheias de grupos de caminhadas, roupas fluorescentes aceleradas, bicicletas “stravaradas”, ginásios e mais ginásios, piscinas e mais piscinas, uma romaria de gente ativa.

Saudável é o nome, ativo o conceito, mas será que estamos a fazer as coisas bem?

Sim, o saber fazer é de enorme importância, no detalhe está a diferença! Se uma caminhada é tida como uma atividade física de caráter passivo e de baixo impacto, já o correr é uma atividade física de caráter ativo e de impacto médio/alto, o que requer técnica e conhecimentos mínimos de treino. Se pedalar uma bicicleta no parque parece uma atividade simples, já o mesmo não se adequa a uma passeio de btt, que requer uma bicicleta adequada, equipamento adequado e conhecimentos básicos de condução em terrenos sinuosos.

Nesta questão quero abordar o “novo” cliente que chega todos os dias aos ginásios, os “disléxicos” motores. Estes, para mim e num conceito muito próprio, são fruto da nova geração que brota a cada minuto, Mestrados, Doutorados, geração altamente qualificada mas que não distingue o anterior do posterior, a direita da esquerda, o baixo do cima, o fletido do extenso, etc…

Esta é a nova geração, nascida nos finais da década de 80, ao som dos A-Ha e Erasure. Os pais destas crianças apetrecharam os seus filhos com um sem número de “gadgets” mas esqueceram-se, e a sociedade assim o exigiu, de os deixar brincar na rua, onde tudo se aprende e tudo se alcança, na escola da vida! Saltar ao elástico, jogar à macaca, ao stop estátua, à mamã dá licença, ao alemão no portão de uma garagem, um milhão de jogos criados pelos nossos avós e que serviam para passar o tempo a quem tanto tempo “vivia” na rua.

O que temos nos dias de hoje, e vamos continuar a ter, são jovens adultos altamente qualificados, com vontade de serem ativos mas que não sabem lançar, saltar, rodar, utilizar o seu aparelho motor dentro dos pilares do movimento. Não admira, pois quando a escolaridade obrigatória passa a ser até ao 12ª ano e existe uma disciplina denominada de Educação Física, a qual só tem dois blocos de 45 minutos semanais no ensino secundário e que não entra nas contas da média final para o acesso ao ensino superior! Sempre temos o Cubo de Rubik….cansa que se farta!

_DSF5846_2 copyAutor: Luís Marques

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