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Luís Lagos

Luís Lagos: “Desculpe, mas o Sr. Presidente não pode chegar aqui e dizer que não percebe nada de contabilidade para não explicar”

O eleito do CDS-PP na Assembleia Municipal (AM) da Câmara de Oliveira do Hospital lamentou na última reunião daquele órgão que o executivo da autarquia tenha como opção política não explicar aos eleitos a contabilidade pública que apresenta. Luís Lagos que, logo no início dos trabalhos, pediu para ser esclarecido sobre a dúvida 381 mil euros levantada na última AM, permaneceu sem entender após as explicações do responsável pela área financeira da autarquia, Francisco Rodrigues. Disse que queria ser esclarecido, mas já não teve direito a novas  elucidações. O eleito lamentou esta atitude e não aceitou a justificação de que José Carlos Alexandrino não é contabilista para este não ter de fornecer explicações mais claras sobre o assunto. António Lopes também não obteve esclarecimentos sobre uma dúvida relativamente a 1,7 milhões de euros dos novos números.

Explicando que em momento algum colocou em causa a seriedade do executivo e reconhecendo que a contabilidade pública é complica, Luís Lagos disse que continuava a não entender nada daqueles documentos que lhe entregaram. “O que aqui venho dizer é que não percebo a contabilidade pública que aqui está. E gostava de perceber. Como deputado municipal gostava genuinamente de perceber”, disse o eleito dos populares numa das suas intervenções, sublinhando ainda que José Carlos Alexandrino tinha a obrigação de explicar. “Desculpe, mas não pode chegar aqui a dizer que não percebe nada de contabilidade. O senhor é que é o presidente da Câmara. Tem o dever da justificação. Tem a obrigação da função que lhe exige saber explicar”, continuou.

Antes, o presidente da autarquia já tinha feito saber que seria a última vez que ia falar no assunto, uma vez que, no seu entender, este é um assunto que só serve para ” criar factos ou fazer notícias de rumores”. “Não sou contabilista da Câmara Municipal. Quando houve aqui a possibilidade de existir um engano nas contas, pedi à contabilidade, por escrito, para esclarecer se havia algum erro e essa justificação foi enviada para todos”, disse José Carlos Alexandrino, adiantando que não podia ser ele a ditar a explicação aos responsáveis da contabilidade. “Não sei se a informação técnica estava bem ou não, o que sei é que os meus serviços me disseram que não havia qualquer engano. Agora queria que eu lhes dissesse para passarem isto para outra linguagem?”, questionou antes de chamar Francisco Rodrigues para dar uma derradeira explicação sobre o assunto. “Que venha aqui e dê o último esclarecimento e não voltarei a este assunto”, frisou. Mas as dúvidas permaneceram em alguns eleitos.

“Não percebi nada”, repetiu. “A explicação será muito boa, mas não percebo nada. E era bom, até para o senhor presidente da Câmara, que isto se percebesse. Expliquem de forma simples o que se passa aqui”, pediu. Os responsáveis da autarquia, contudo, entenderam que estava tudo suficientemente explicado. Luís Lagos não considerou esta resposta satisfatória. “É uma opção política do executivo não querer explicar”, lamentou.

Já António Lopes criticou o executivo por este tipo de atitudes e disse que depois de analisar os novos documentos acabou por entender o que se estava a passar e disse que nunca pretendeu lançar suspeições sobre os responsáveis. “A mim passa-me lá pela cabeça que as contas não estejam certas. Surgiu-me aqui uma dúvida e, como é meu dever, pedi um esclarecimento que ninguém me deu. Estava convencido que a documentação que recebemos é respeitante ao período que aqui estamos a discutir. Quando agora vejo nos novos documentos seis milhões de receita, naturalmente segui um novo raciocínio e cheguei lá”, disse o anterior presidente da AM, que, entretanto, voltou a ter dúvidas sobre os novos números. “Não estou a suspeitar de ninguém. Mas, neste período, foram recebidos 3.192.205,97, foram abatidos à dívida 727.554,99, sobram 2.310.000. Como admito que, em dois meses, se gaste 570 mil com pessoal faltam aqui 1,7 milhões. Quem levanta as suspeições é o Sr. Presidente”, acusou António Lopes, com um quadro onde tinha as contas feitas, desafiando José Carlos Alexandrino a fazer o trabalho de casa. “Que o faça que eu também faço o meu”, concluiu.

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