Um estudo sugere que aqueles que exageram nas horas gastas a correr de vivem menos do que as pessoas que fazem exercícios mais moderados. O estudo, realizado pelo Instituto de Pesquisa Cardiovascular da rede norte-americana Lehigh Valley Health, revelou que aqueles que fazem exercício moderado — de duas a três horas por semana — vivem mais tempo que aquelas que correm muito (em um tempo maior de actividade do que o citado). Quem não pratica exercício também tem uma expectativa de vida mais curta.
Para chegar a este resultado, a equipa de pesquisa estudou mais de 3,8 mil corredores masculinos e femininos, com uma média de idade de 46 anos. Quase 70 por cento dos participantes disseram que corriam mais de 32 quilómetros por semana. A causa permanece um mistério. Os cientistas não conseguiram chegar a uma conclusão sobre a razão destes resultados. Mas acreditam que o facto pode estar ligado à forma como correr afecta a saúde do coração.
Os cientistas também levaram em conta se os participantes usavam alguma medicação, se tinham pressão arterial alta, colesterol elevado e se fumavam. Mesmo com esses dados, a equipa chegou à conclusão que nenhum desses factores poderia explicar a redução da expectativa para aqueles que praticam demasiadas horas de corrida. Dr. Martin Matsumura, que liderou o estudo, disse que não diz às pessoas para pararem de correr, tendo como base este estudo. “O que nós ainda não entendemos é como definir a dose ideal de exercícios para a saúde e a longevidade”, disse à revista Health Day. Já o Dr. James O’Keefe, director de cardiologia preventiva do Instituto do Coração de Kansas City, que analisou a pesquisa, disse que o “desgaste” causado nos corpos das pessoas quando elas correm muito poderá explicar os resultados.
Ele aconselhou que os corredores realizem seus exercícios por cerca de duas horas e meia por semana, em um ritmo de lento a moderado de corrida. E deixa um conselho: “Se você quiser correr uma maratona, faça-a, mas depois de cumpri-la, risque essa prova da sua lista”.
Os cientistas consideram que a caminhada é mais eficaz do que a corrida no sentido de reduzir o risco de doenças cardíacas, diabetes ou colesterol alto. Já para quem quer mesmo é emagrecer, a corrida é a melhor opção, pois, além do gasto calórico, correr também pode ter um efeito na diminuição da fome. Mas de forma moderada.
Fontes: The Independent;Health Day;Daily Mail e Mirror UK